sábado, 1 de janeiro de 2011

Primeira Música


Inverno (Adriana Calcanhoto / Antônio Cícero)

No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir
De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
No deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar
Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois
Pouco antes de o ocidente se assombrar

domingo, 12 de julho de 2009

Todos os verbos do mundo



Errar é útil
Sofrer é chato
Chorar é triste
Sorrir é rápido
Não ver é fácil
Trair é tátil
Olhar é móvel
Falar é mágico
Calar é tático
Desfazer é árduo
Esperar é sábio
Refazer é ótimo

Amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo

Abraçar é quente
Beijar é chama
Pensar é ser humano
Fantasiar também
Nascer é dar partida
Viver é ser alguém
Saudade é despedida
Morrer um dia vem

Mas amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo

(Todos os verbos - Marcelo Jeneci /Zélia Duncan)

domingo, 21 de junho de 2009

Acordando o meu domingo

Não me peça pra ficar
Só porque você não quer me acompanhar
Não me fale em dor
Antes das noites de frio sob o cobertor
Não, não, não vou negar
Você me deu tudo, te dei arte do ardor
Não me cale, amor
Que a vida da gente é uma eterna canção por compôr

Pode parece cruel, mas vou
Eu não te desejo mal, mas vou
Me agarrando céu em céu pra outra real
Posso até estar pinel, mas vou
É porque desejo mais que eu vou
Te mando no aniversário um cartão postal

Vem, me tire pra dançar
Essa dança não é fácil de se acompanhar
Não, que falte amor
No tempo, no espaço a gente ainda pode criar
Deixo a vida te levar
Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar
Mas cuidado, amor
Que as mãos que te estendem tapete não possam puxar

Pode parece cruel, mas vou
Eu não te desejo mal, mas vou
Me agarrando céu em céu pra outra real
Posso até estar pinel, mas vou
É porque desejo mais que eu vou
Te mando no aniversário um cartão postal

Te mando no aniversário um cartão postal

(Fui / Vander Lee)

domingo, 3 de maio de 2009

Falar de Amor não é Amar

Eu segui os seus passos
Achando que você
Soubesse onde ir

Eu me vi em seus sonhos
Perdido, sem saber
Que direção seguir

Mundos tão estranhos
Nas palavras que eu ouvi
No fundo dos seus olhos
Afogado em gelo
Eu descobri

Falar de amor não é amar
Não é querer ninguém
Falar de amor
Não é amar alguém

Eu caí em pedaços
Um grão de areia carregado
Por marés

Derreti em seus lábios
Sentindo o chão sumir
Embaixo dos meus pés

Dias esquecidos
No verão que eu inventei
Eu sei que você vive
Das mentiras que eu acreditei

(Falar de Amor não é Amar - Dinho Ouro Preto / Alvin L.)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Nosso final é simples...

Me cansei dos teus desenganos
Não entendo a tua fala
Nossa casa está vazia
Hoje à noite é o meu dia...

Nossa vida virou novela
E eu não sou nenhum personagem
Que se enquadre em teus delírios
Quero andar nas ruas e sentir frio
No calor, quero estar sozinho...

Me cansei das tuas mentiras
Eu não quero esse dia-a-dia
Não consigo fazer promessas
Tenho apenas o que me resta...

O teu jeito não me abala
Não me sinto bem no teu jogo
Vou voar mais alto que as nuvens
Entender de vez esse meu vazio
Te encontrar prá não ser sozinho...

Tudo é sempre a mesma coisa
O mesmo jeito, toda vez
Tudo é muito relativo
E a distância, já nos fez
Somos serra e litoral
Nosso final, é simples
Tchau!...

(Tchau / Catedral)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cai bem...

Ora bolas, não me amola, não me enfarta
Não me telefone, não me mande carta
Ora bolas, vá às favas, vá plantar batata
Desembaça, desencana, desentorta
Não me desacata
Eu não tenho sangue de barata
Eu não tenho suingue de mulata
Eu só sei fazer conta exata
Dane-se quem vier me destratar

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não
Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não

Pelas flores que me deste fico grata
Pelas horas de conversa
De lorota e de cascata

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata...

Juro pela Bíblia e pelo Mahabarata
Nunca mais te ver a partir desta data

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata...

Faça bom proveito do seu coração de lata
Como o sol minh'alma continua intacta

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não
Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não

(Não Me Mande Carta / Zeca Baleiro)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pura crueldade...

Eu sei que meu amor
É imperfeito
Mas se ele deixar,
Vou lhe mostrar
O quanto também
Tenho defeito
Não é pra me gabar
Mas rio do que faço
Eu devia chorar

Eu sei o mal que fiz
Já está feito
Mas lhe pedi perdão,
Por ser assim
E o coração que
Tenho no peito
Não quer acreditar
Já nem estou mais aqui
Nem em qualquer lugar

Lá vai se embora meu mundo sem mim...
O que há de errado em ser tão errado assim?
Já vou saindo, não precisa empurrar...
Pois meu maior defeito é insistir
Que ele é perfeito,
Que é pura crueldade
pedir pra ele mudar

Nem luz, nem espelho,
Nem olhos pra enxergar
Acho que sou alguém
Que nunca vai mudar

Lá vai se embora meu mundo sem mim...
O que há de errado em ser tão errado assim?
Já vou saindo, não precisa empurrar...
Pois meu maior defeito é insistir
Que ele é perfeito,
Que é pura crueldade pedir pra ele mudar


(Imperfeito / Pato Fu)